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Capítulo 4: Monumentos de Engano — Segunda Metade

Enquanto alguns optam por trabalhar duro, outros preferem trabalhar de forma inteligente. Aqueles que desejam manter
uma vida de fácil realização podem enfrentar as maiores dificuldades.

Uma história ilustrada baseada na série Touhou.

Está ficando tarde. Normalmente, essa teria sido a hora onde teríamos terminado de carregar toda a nossa colheita de
volta para a Cabana de Armazenamento para ser separada e armazenada. Mas Pakua tinha outra coisa em mente.

"Huh, Pakua? Eu não tenho mais tanta certeza sobre isso."

"Sério? Agora é tarde pra acovardar se acorvadar, Kasu. O que você tem?"

"Me desculpa, eu estou pirando. E se as outras descobrirem o que fizemos?"

"Elas *vão* se você continuar assim. Se acalma."

Eu não posso evitar. Esperar pelas outras está me afetando. Pelo menos conseguimos fazer algum progresso no lado leste
dos Campos de Cultivo. Mesmo que tenhamos chegado muito cedo, vamos parecer um pouco menos suspeitas enquanto separamos
a “nossa” colheita.

Depois de um tempo, as outras Hirokaria começam a aparecer, deixando suas pilhas de comida cuidadosamente separadas
umas das outras. Foi uma grande colheita; duas pilhas em particular sendo o destaque. Felizmente, ninguém disse uma
palavra. Mais cedo do que eu pensei, já éramos apenas nós duas no barraco denovo.

"Ufa!"

"Heh! Te falei que ia dar certo."

"Graças a Deus! Podemos ir embora agora? Estou cansada deste lugar."

"Ainda não. Aquela cabeça de uva ainda não apareceu por aqui."

"Ah, sim. Bom, a pilha dela já está organizada, então esse seria o momento em que ela apareceria para ajudar as outras.
Ela sempre se oferece como voluntária, certo? Para ficar para trás e guardar tudo sozinha. Deve dar trabalho."

"Sim, vai entender. De todos os dias para ela parar de bajular a Pajé."

Pakua me mataria se ouvisse isso; Eu admiro Wasa'i. Ela trabalha duro e sonha grande. Se tornar uma Izagaia não é
brincadeira. Nem toda Kisé consegue fazer isso.

*** *** ***

"Wasa'i! Por que demorou tanto? Teve alguma brisa te derrubando?"

"Cale-se, preguiça. Eu tinha coisas melhores para fazer do que ter pena da sua preguiça."

"Ah, é mesmo? Conversa dura de alguém que acabou de ser derrotada por uma preguiça."

"Pera, o que!? O que aconteceu com a sua... quando você..."

"Eu sei o que você ta pensando: 'Uau! Que ética de trabalho incrível!' Bora, se você pedir com educação, a gente pode
te jogar um osso e ensinar alguns de nossos segredinhos."

Ah, eu conheço esse sorriso. É a cara que Pakua faz sempre que um plano dá certo. É claro que ela estava tão paciente.
Ela deve ter esperado muito por isso.

"E se você se curvar para nós agora, podemos até — depois de virarmos Izagaias — recomendá-la à Pajé. A gente não é
gentil? He he he!"

Huh? Mas eu não quero virar uma Izagaia! Sair por aí, machucando os outros sem motivo e passar vergonha na frente da
Pajé er... de novo.

"Você! Você fez alguma coisa, não foi? Eu só sei! Eu vou contar à Pajé!"

Se alguém entrasse na sala agora, pensaria que um tomate voador estava pegando fogo. Os bracinhos da Wasa'i tremem
loucamente.

"Eu to ouvindo uma perdedora ruim? Como se ela fosse ouvir a sua zuada sem prova."

"O-Oh, eu posso provar isso, ta bom."

"Peraê, o que?"

A não! P-Pakua!

"Sou eu quem guarda a colheita, gênio. Basta olhar dentro desses armários e... para surpresa de ninguém, vazios, que
nem as suas cabeças! Agora, se vocês duas limparem essa bagunça enquanto eu saio, eu poderia dizer à Pajé para pegar
leve com sua punição. Não seria gentil de mim? Tenham um bom dia, vermes!

"Grr! Ah não, você não vai pra lugar nenhum. Não desta vez!"

Em uma fração de segundo, Pakua agarra o corpinho de Wasa'i e a empurra para dentro do armário. Ela a mantém fechado
enquanto os protestos abafados de Wasa'i podem ser ouvidos.

Isso é um desastre. Pakua foi longe demais desta vez. o que vai acontecer conosco? Ela não está pensando direito. Eu
preciso fazer algo e rápido!

“Pakua, para com isso agora!” Eu grito enquanto empurro Pakua o mais forte que posso.

"Wasa'i, é verdade que trapaceamos. Tiramos um pouco da colheita dos armários para fazer nossas pilhas parecerem
maiores. Me desculpa."

"Ah inferno! Kasu, de que lado você tá?"

"Hmmph. Pelo menos você sabe quando desistir."

Eu sou uma covarde. Como pude fazer isso com minha amiga? Eu deveria ter só fingido que não sabia nada. Não é como se
tivéssemos tirado alguma coisa daquele armário em particular... Hein? E-espere um minuto. Não! Não pode ser!

"Espera! Agora eu entendi. Wasa'i, você está... escondendo alguma coisa, não é?"

“...!”

"Ugh, Kasu. Você não tá fazendo sentido."

"Pakua, pensa em voz alta. Não é estranho como aquele armário que ela abriu estava vazio? E se ela já soubesse disso em
primeiro lugar?"

"Oh... OOOH! A-Aquela cigarra traidora!"

"Não é óbvio? Vocês duas pegaram o que havia dentro dele. Não vejo seu p-"

"Não pegamos, não daquele. Mas ele estava vazio do mesmo geito. Você sabe por quê?"

"Mesmo que você não estivesse mentindo. Talvez eu simplesmente não precisasse colocar nada lá. Pronto. Agora, pare de
desperdiçar meu tempo com as suas babozeiras."

"Errado! você nunca faria isso."

"E o que você sabe, além de ser inútil como ela? Você com certeza não saber mentir."

"Tudo cresce rápido em Nusokén. Basta olhar para a colheita de hoje, e isso é apenas um dia. Nós mal temos espaço
suficiente para começar, então por que você se daria ao trabalho de deixar aquele armário vazio? Isso não faz sentido."

O rosto dela passou de vermelho a pálido; ela já sabe onde quero chegar com isso.

“Mas e se você esvaziasse sem que ninguém percebesse? Você sempre vem aqui sozinha, então ninguém acharia estranho ou
se preocuparia em verificar.”

"Ah, então é assim que ela sempre teve as maiores pilhas. Que coragem nesse verme!"

“…”

Eu não sei o que deu em mim. Quando eu era apenas uma Ipohyk, problemas como esse não passavam pela minha cabeça. Agora
estou diante de uma bagunça soluçante que costumava ser uma irmã Hirokat. Esse lado dela, alguém já viu ele antes?

"V-Você... se eu fosse um Izagaia... V-Você teria pago por isso..."

No fim, concordamos em deixar isso morrer aqui. Pakua não ficou feliz com isso, mas nada de bom viria se os outros
soubessem a verdade. Minha amiga pode ser tão cega as vezes, mas eu sempre posso dar um bom empurrão para o próprio bem
dela. É o mínimo que posso fazer por alguém que está sempre cuidando de mim.

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